quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Arthur Bispo do Rosário - Da coleção de seu universo à arte contemporânea


"Graças ao potencial das coleções de recolher as coisas e salvá-las da dispersão através do deslocamento, ela assume inclusive uma função de arquivo, de dimensão memorialística, convertendo-se numa espécie de antídoto contra o esquecimento ou, como bem a definiu Philipp Blom, em 'um teatro da memória, uma dramatização e uma mise-en-scène de passados pessoais e coletivos, de uma infância relembrada e da lembrança da morte'." (MACIEL, 2009. 27-28) 
A partir dessa citação retirada do texto "Do inclassificável e das classificações" de Maria Esther Maciel, no qual a autora discute sobre a classificação e as coleções, remeto-me à obra de Artur Bispo do Rosário, que 
"criou, ao longo de cinquenta anos, um mundo novo. Miniaturas, mantos, estandartes brotaram de suas mãos, ganharam cor, deram um sentido à sucata recolhida, aqui e ali, pelos internos e funcionários do asilo psiquiátrico" (HIDALGO, 1996).

Um comentário:

Maria Elisa Rodrigues Moreira disse...

Estou gostando cada vez mais desse blog! A questão das classificações (que se manifesta em muitas formas de ordenação, como as listas, as enciclopédias, os sumários, entre outras) é bastante aprofundada por Michel Foucault em As palavras e as coisas. Outro livro bastante interessante, ele mesmo inclassificável, é a ficção/ensaio do escritor francês Georges Perec chamada Penser/Claser (há uma tradução para o espanhol, Pensar/Clasificar). Além de tudo, é garantia de diversão!
E para incrementar a reflexão sobre o Bispo do Rosário, segue o link para um texto da Maria Esther Maciel sobre ele:
www.periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/download/11983/11252